A pandemia de COVID-19 abalou o segmento audiovisual e demandou novas regras para assegurar a produção de vídeo com segurança. Conheça as técnicas usadas para que o segmento pudesse voltar às atividades e alguns dos principais protocolos de segurança adotados pelos profissionais brasileiros.
Um ano atrás, as produções de vídeo de todas as formas e tamanhos foram interrompidas de forma abrupta. O surto de COVID-19 abalou a indústria e deixou muitas pessoas sem emprego. Com o passar dos meses, foram encontradas maneiras criativas de gerenciar os processos com segurança, e o trabalho foi retomado para grande parte da indústria.
Hoje, muitos aspectos desse trabalho parecem bem diferentes, se comparados ao que era usual há um ano atrás.
Aqui estão as cinco mudanças que moldarão o futuro da produção de vídeo com segurança, listadas a partir de uma entrevista com Cara Yeates, chefe de produção do estúdio de vídeo Trigger Creative, para a SproutVideo. Cara tem trabalhado em gravações de vídeo durante a pandemia. Como produtora, ela é responsável por manter sua equipe saudável e segura.
Veja a seguir o resumo da entrevista, contendo o que Cara tem a dizer sobre as importantes diretrizes de segurança a serem seguidas no set e o que o futuro reserva para a produção de vídeo. 👇
A saúde e a segurança no set são um problema constante na indústria cinematográfica há muito tempo. De intermináveis dias de filmagem com equipamentos pesados a atuações que expõem fisicamente os artistas, há muitos riscos para quem está atrás e na frente da câmera.
De certa forma, a indústria cinematográfica foi preparada para se adaptar a esse desafio, apesar de depender de grandes grupos de pessoas para que as coisas aconteçam. Entre as diretrizes de sindicatos e os protocolos para atores no set, muitos que trabalham no cinema estão acostumados a procedimentos altamente regulamentados. Apesar de estarmos vivendo outro nível de complexidade, a experiência anterior de seguir regras à risca certamente ajuda em tempos como este.
A pandemia colocou a saúde e o bem-estar dos membros do elenco e da equipe em primeiro plano. Novas diretrizes codificaram essas práticas e ajudaram as produções de todos os tamanhos a serem mais seguras para todos os envolvidos.
Esses novos hábitos não irão necessariamente desaparecer com o declínio da COVID-19. Afinal, uma filmagem pode ser prejudicada por outras doenças, independentemente de uma pandemia. E algumas dessas das práticas são úteis para um bem-estar geral, a exemplo de limitar a quantidade de horas de um dia de filmagem.
Com retorno gradativo às atividades, muitas produções adotaram a substituição ou a extensão de eventos ao vivo, os quais normalmente seriam realizados pessoalmente. Embora estejamos aguardando ansiosos pelo retorno aos eventos presenciais de todas as formas e tamanhos, os eventos exclusivamente online ou híbridos permanecerão por muito tempo.
A justificativa é simples: a pandemia mostrou que eles funcionam para muitos tipos de eventos e reuniões. Em alguns casos, os eventos online e híbridos até oferecem vantagens distintas. Só porque os eventos presenciais se tornarão possíveis novamente não significa que eles eliminarão a necessidade de um componente online ou que sempre serão a melhor solução.
Por exemplo, grandes concertos, conferências e festivais são transmitidos ao vivo há anos. Depois de um “curso intensivo forçado” sobre como fazer isso no ano passado, eventos menores que antes não teriam competido com os tradicionais agora têm a capacidade e o equipamento para fazê-lo.
É importante ressaltar que as expectativas do consumidor mudaram. Se você não puder comparecer pessoalmente, presume-se que poderá acessar virtualmente. Por sua vez, isso determinará como os eventos são planejados e comercializados. Isso, mais do que tudo, manterá o modelo de eventos online e híbridos por um bom tempo.
Parte de ser capaz de produzir vídeos durante a pandemia significou fazer mais com menos. Afinal, ter menos integrantes no set reduz o risco de transmissão e ajuda a manter todos seguros.
Há todos os motivos para pensar que um dia traremos de volta certas funções e tamanhos de equipe quando necessário. No entanto, a realidade é que, depois de um ano operando dessa forma, muitos profissionais aprenderam novas habilidades, reduzindo assim a necessidade de membros adicionais na equipe.
Embora estejamos ansiosos para voltar ao estúdio, agora podemos ser mais ágeis e produzir mais vídeos, não importa onde.
Muitas equipes fizeram investimentos e aprenderam novas habilidades que não irão embora quando a pandemia acabar. Espera-se que muitos continuem a produzir mais com menos, ao mesmo tempo em que recebem de volta a mão de obra extra, quando e onde fizer sentido.
Antes da pandemia, a maioria dos estúdios de produção normalmente lidaria com todas as filmagens de um projeto, mesmo em locais distantes. Hoje, com restrições de viagem e requisitos de quarentena, algumas produções só são possíveis com a ajuda de equipes de filmagem locais.
Em muitos casos, essas parcerias têm sido tão bem-sucedidas que os estúdios esperam continuar trabalhando dessa maneira no futuro. Afinal, as parcerias oferecem diversos benefícios. Por exemplo, há economia de tempo e dinheiro com viagens, além da experiência local para logística e regulamentações.
Com novas conexões e a tecnologia para tornar isso possível, os parceiros de produção expandem o escopo do que os estúdios podem alcançar. Por essas razões, é bem provável que as parcerias de produção vieram para ficar.
Depois de um ano inteiro sendo forçados a ficar remotos, os profissionais de vídeo se especializaram nessa forma de trabalho. Tudo o que você precisa é de um feed de vídeo ao vivo, e qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode contribuir com a filmagem.
É claro que existe uma certa energia e entusiasmo em estar no set, e nada pode realmente replicar ou substituir isso. No entanto, a eficiência obtida pela tecnologia garantirá que as equipes remotas continuem sendo a norma no futuro.
Assim como no restante do mundo, o setor de produção audiovisual brasileiro se mobilizou para viabilizar a continuidade das atividades da forma mais segura possível. Para isso, foram criados protocolos de segurança, a exemplo da regulamentação estabelecida pelo Sindcine (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal).
Os protocolos criados pelo Sindcine são voltados para a retomada das atividades em sets presenciais. Segundo um blog post publicado pela avmakers, o material normatiza protocolos de segurança dividindo os espaços de trabalho em áreas de riscos, definidas de acordo com a concentração de pessoas e o risco de proximidade física entre elas (áreas de risco moderado, de alto risco e de risco iminente).
Os protocolos estipulam quais são os equipamentos de segurança necessários para a execução das atividades nos sets de filmagens, assim como a divisão das etapas da produção em fases distintas, com cada uma delas tendo regras específicas. Exemplo:
Você pode acessar a íntegra dos protocolos de segurança do Sindcine nesse link.
O ponto mais importante desse artigo é certeza de que, enquanto houver algum risco de contaminação pela COVID-19, não há como seguir com a produção de vídeos sem a adoção de protocolos de segurança.
Também é importante que os profissionais do segmento valorizem o fato de que a produção audiovisual é uma das indústrias de caráter presencial que conseguiram se adaptar ao distanciamento de forma satisfatória. Ter consciência disso redobra o compromisso com a segurança da equipe.
Agora que você tem acesso aos principais protocolos de segurança e às tendências que comandarão o segmento em 2021, basta colocar em prática o que você aprendeu.
E se você reparou outras tendências emergindo da pandemia, à medida que a produção de vídeo é retomada, compartilhe nos comentários abaixo. 🙂