O advento da TV sob demanda simboliza o quanto a experiência televisiva evoluiu exponencialmente ao longo dos anos. O que antes era uma transmissão singularmente linear, fixada no centro da sala de estar, transformou-se em uma experiência altamente fragmentada, multiplataforma e móvel.
Um catalisador recente para esta divisão foi a era da Internet e o surgimento de uma nova geração de telespectadores que cresceu com acesso quase onipresente ao conteúdo sob demanda de música e – cada vez mais – vídeo.
A cada nova geração de telespectadores, surgem métodos de exibição de conteúdo cada vez mais emotivos, sociais e exploratórios, em formatos imersivos e personalizados.
De acordo com o recente relatório da Ericsson ConsumerLab TV and Media*, os jovens de 16 a 19 anos da atualidade gastam mais da metade do seu tempo (54%) assistindo a conteúdos sob demanda, em comparação com seus avós (mais de 60 anos), que gastam quase 80% do tempo consumindo produções em tempo real ou programados na TV linear.
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Espera-se que o grupo de jovens assistirá a mais de 25 horas por semana de conteúdo sob demanda até 2020 (180% a mais do que em 2010). Os espectadores entre 16-34 anos são os grandes consumidores de conteúdo sob demanda, principalmente assistindo a filmes e séries de TV.
O aumento da mobilidade, a proliferação de dispositivos e provedores de banda larga e a crescente presença de tecnologias na nuvem estão acelerando a inovação e gerando velocidade sem precedentes em todo o ecossistema de mídia.
Hoje, quase três quartos dos consumidores assistem a vídeos em seus smartphones – o dobro da quantidade em 2012. Em termos de consumo de conteúdo, podemos ver que há uma crescente preferência por experiências de usuários simplificadas e contínuas, que oferecem serviços e conteúdos em várias plataformas.
O aumento da multiplicidade de dispositivos de visualização está forçando os operadores a pensar em maneiras mais ágeis. As tecnologias na nuvem agora permitem uma maior eficiência para adaptar os serviços e atender a essas demandas em constante evolução, além de oferecer suporte a conteúdos centrados em mobile e sob demanda.
Para as emissoras e provedores de serviços, o desafio agora é como obter tanto conteúdo como a TV linear e programada nessas novas plataformas, ao mesmo tempo em que constrói e mantém um modelo de negócios sustentável.
Há vários desafios para os operadores em fazer do conteúdo sob demanda uma experiência perfeita para os consumidores mais jovens. Primeiro, há a necessidade de preparar conteúdo rapidamente para o consumo em vários formatos, esquemas de codificação, estruturas de gerenciamento de direitos digitais (DRM – Digital Rights Management) e, em alguns casos, a necessidade de inserir anúncios segmentados.
A necessidade de velocidade e eficiência é primordial para a programação agendada, mas ainda mais quando se trata de obter conteúdo ao vivo, como shows de talentos, esportes ou alertas de notícias de transmissão ao vivo e em plataformas sob demanda.
Um número crescente de operadores está se voltando para plataformas de processamento e armazenamento de vídeo baseadas na nuvem, as quais podem suportar o aspecto técnico da conversão de mídia e têm a capacidade de escalar rapidamente para atender a demanda, sem ter que criar métodos de capacidade caros.
Operar uma solução na nuvem de ponta a ponta tem benefícios significativos de eficiência, já que o conteúdo é simplificado entre os processos, desde a entrada até a entrega para plataformas de hospedagem sob demanda e serviços de transmissão.
Os modelos de negócios precisam mudar para se adequar à demanda de TV, que está em toda parte. À medida que o público mais jovem passa mais tempo em plataformas sociais, os provedores de serviços de TV sob demanda têm uma oportunidade única de trabalhar com os assinantes e visualizar dados para criar uma experiência TV mais imersiva e aumentar a relevância do conteúdo publicitário.
Em um mundo onde o conteúdo sob demanda é fundamental, a oferta deve incluir não apenas um conjunto completo de recursos, como a TV sob demanda baseada na nuvem. Também deve adaptar a publicidade para um perfil de público específico, com a intenção de entregar uma melhor experiência, tanto para o consumidor como para o anunciante.
As tecnologias escaláveis baseadas na nuvem estão liderando o caminho, oferecendo uma maneira mais fácil de unificar e escalar vários servidores e aplicativos necessários para armazenamento, transmissão de vídeo, transcodificação e muito mais.
O acolhimento das novas tecnologias por parte dos consumidores jovens só irá acelerar ainda mais. As emissoras provavelmente verão a ascendência de novas experiências de mídia de realidade virtual e aumentada, que testarão os limites das tecnologias de transmissão tradicionais.
De acordo com o estudo da Ericsson, cerca de um terço dos consumidores serão usuários de realidade virtual até 2020 e metade de toda a visualização de TV e vídeo será feita em dispositivos móveis. Portanto, o deslocamento para plataformas mais ágeis baseadas na nuvem será vital para que se torne possível a adaptação à próxima onda de mudanças para as gerações vindouras em nossa indústria.
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*No relatório Ericsson ConsumerLab TV & Media report: Quantitative data foram coletados dados de 13 países. Este estudo é representativo de mais de 1 bilhão de participantes, com cerca de 20.000 entrevistas on-line realizadas com pessoas entre 16 e 69 anos no Brasil, Canadá, China, Alemanha, Índia, Itália, Rússia, Coréia do Sul, Espanha, Suécia, Taiwan, Reino Unido e os EUA.