Uma nova pesquisa da IBM Cloud Video com usuários norte-americanos da internet confirmou que o público, de modo geral, não aprova anúncios em assinaturas de streaming de vídeo.
O estudo também descobriu que dois terços dos adultos usam/usaram algum tipo de serviço de assinatura de vídeo sob demanda (SVOD – subscription video-on-demand), como a Netflix.
Mas, talvez devido ao domínio da Netflix no segmento (contratada por 90% dos clientes de assinatura de vídeo sob demanda), os usuários de serviço de streaming têm posições bem claras sobre a inserção de publicidade em suas plataformas escolhidas: eles não gostam da ideia.
Na verdade, quase três quartos (72,3%) dos entrevistados sentiram que qualquer tipo de anúncio reduziu a qualidade da experiência de visualização. E quase 60% disseram que até mesmo os anúncios mais segmentados ainda teriam um efeito negativo sobre o uso dos serviços de transmissão.
Apenas cerca de 9% acharam que os anúncios personalizados realmente melhoraram a experiência de visualização.
Essas são notícias difíceis para os serviços de streaming que procuram a publicidade como forma de expandir seus fluxos de receita para além das assinaturas.
Mas até a obtenção de dinheiro por intermédio das assinaturas pode ser difícil para os serviços de transmissão quando os usuários compartilham senhas. A pesquisa descobriu que quase metade dos assinantes compartilha suas senhas com os membros da família. Um pouco mais de um terço (35,5%) disseram que não revelaram sua senha para ninguém.
Os consumidores também têm expectativas relativamente elevadas para suas experiências com o streaming. Mais de oito em cada 10 disseram que foram obrigados a aguardar o carregamento do conteúdo (buffering), enquanto quase um em cada cinco teve experiências ruins com a qualidade dos vídeos.
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Apesar desses problemas potenciais, outros dados indicam que os serviços de streaming continuam a ganhar popularidade. Uma pesquisa recente da empresa de consultoria Raymond James revelou que 31% dos usuários de internet nos EUA usavam um serviço de transmissão como Netflix ou Hulu como principal meio de assistir conteúdo de vídeo – 24% a mais, comparando com o ano anterior. Em 2016, 35% dos entrevistados apontaram a TV a cabo como principal forma de consumir vídeos.
Mas a pesquisa também concluiu que os consumidores não estão realmente eliminando suas assinaturas de TV a cabo ou reduzindo seus pacotes para os planos básicos, que oferecem menos canais por um preço menor.
Entre as principais razões dadas por aqueles que mantiveram pacotes de cabo para o serviço de TV tradicional estavam o acesso a canais de TV aberta, conteúdo esportivo e canais premium.
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Por outro lado, o sucesso do streaming pode ser resumido em uma palavra – Netflix. Mais de três quartos (76%) dos entrevistados apontaram a Netflix como um dos serviços pelo qual pagariam, se tivessem que escolher entre apenas três, com base nos seus orçamentos atuais.
A tática da Netflix de catar produtos de catálogos antigos dos estúdios a preços mais baixos já se passou, uma vez que a empresa demonstrou que mesmo conteúdos de décadas atrás podem ainda ter valor na era digital.
Já a estratégia de criar seu próprio conteúdo original parece estar funcionando. De acordo com dados da RBC Capital Markets, 58% dos assinantes da Netflix entrevistados no novembro passado disseram que o conteúdo original da empresa influenciou sua decisão de assinar o serviço. A empresa declarou que planeja gastar US $ 8 bilhões em conteúdo em 2018, na esperança de aumentar a participação desse tipo de material para a metade de sua biblioteca de conteúdo geral.
Com um novo jogo em cena, contendo concorrentes como Hulu e Amazon Prime, a Netflix viu que os negócios estão ficando mais caros e os clientes, mais ansiosos. Já há alguns anos, o catálogo da Netflix vem se reduzindo, enquanto seus preços estão aumentando.
Então, como uma empresa de streaming pode encontrar novas receitas em um mercado tão competitivo? De acordo com algumas pessoas, a resposta é começar a exibir anúncios, como o concorrente Hulu já faz. Isso daria à organização novos fluxos de receita, sem obrigá-los a aumentar os preços.
Mas existe uma sociedade de partes interessadas que não foi levada em consideração neste assunto: os clientes da Netflix. Sendo assim, o site Latest Hacking News decidiu fazer essa consulta. Em uma pesquisa envolvendo mais de 1.200 pessoas no Reddit, as respostas obtidas foram bastante claras.
A pesquisa partiu dos seguintes pressupostos: os usuários gostariam que a Netflix custasse o mínimo possível, que fosse livre de anúncios e que tivesse toneladas de conteúdos. Sabendo da inviabilidade comercial deste cenário – uma vez que a competitividade do segmento está cada vez mais acirrada – a pesquisa sugeriu dois caminhos mais simples para novas receitas via anúncios e pediu aos entrevistados que os comparassem:
“Você preferiria pagar mais pela Netflix ou assistir a anúncios durante as transmissões?”.
Estas foram as opções dadas. Aprofundando a questão, foi perguntado ao grupo dos dispostos a pagar mais o quanto eles desembolsariam para manter a assinatura.
Os resultados foram devastadores. Dos mais de 1.200 entrevistados, 90% disseram que prefeririam pagar mais do que serem expostos a anúncios. Isso parece concordar com as descobertas internas da Netflix, uma vez que eles repetidamente quiseram aumentar seus preços ao invés de procurar anúncios.
Mas qual é a margem de manobra que a Netflix ainda tem? O ponto exato parece ser US$ 1 a US$ 2 a mais, que 57% dos entrevistados escolheram como seu limite de suba aceitável. Outros 22% disseram que poderiam chegar a US$ 2 ou US$ 3 extras, e menos da metade se mostrou disposta a pagar mais do que isso.
Vejamos como essa história vai se desenrolar. O desafio das empresas de streaming de vídeo não é pequeno: encontrar o ponto de equilíbrio entre a saúde financeira, a luta com a concorrência e a satisfação das expectativas de seus assinantes. Tudo isso tendo em mente que a ideia da venda de espaços para anunciantes já foi rechaçada pela maioria esmagadora de seus clientes.