Por meio da relação entre metaverso e marketing digital, a fusão dos mundos físico e digital oferece possibilidades infinitas para as marcas. Maior interatividade e aprimoramento das experiências imersivas estão entre as possibilidades de uma nova realidade cujo potencial pleno ainda é desconhecido. Entenda como os pioneiros podem se beneficiar dessa mudança de paradigma ao fincarem suas bandeiras já no início do processo.
Mais ou menos uma vez a cada década, algo novo surge para transformar a indústria do marketing. Se você traçar uma linha direta do rádio e da televisão ao advento da internet e, mais recentemente, dos canais digitais (pesquisa, redes sociais e mobile), encontrará um princípio comum:
💡Ser pioneiro compensa muito para os negócios que dominam desde cedo os novos canais que abalam os paradigmas.
Talvez, então, não devêssemos nos surpreender ao ver tantas empresas mergulhando de cabeça no metaverso. Embora algumas delas certamente tropecem e fracassem em suas tentativas, o potencial do metaverso para definir os vencedores e perdedores do marketing digital nas próximas décadas é grande demais para ser ignorado. E parece mais provável que os eventuais vencedores possam ser encontrados entre as marcas que já estão testando.
Antes de avançarmos na discussão, é interessante que você compreenda o metaverso um pouco mais.
Usaremos um exemplo do site HackerNoon:
Imagine um mundo que combina sua experiência de compras, viagens e entretenimento com a imersão da realidade virtual (RV) e/ou realidade aumentada (RA). O metaverso é o nome dado para o ciberespaço que permite aos usuários “viver” dentro de um universo digital com a ajuda de tecnologias de última geração.
Plataformas online como Fortnite e Roblox, onde os usuários vivem como avatares, assistem a shows e saem com amigos virtualmente, chegam muito perto de descrever como pode ser o futuro do metaverso.
Por enquanto, ele existe principalmente como uma teia solta de plataformas de jogos 3D, mundos de realidade virtual e experiências de realidade aumentada. Mesmo assim, marcas como Nike, Gucci e Disney já sinalizaram interesse.
E elas não estão sozinhas. As contratações para empregos relacionados ao metaverso já haviam disparado mais de 400% em 2021, mesmo antes de o Facebook mudar seu nome para Meta. Além disso, o tamanho geral do mercado do metaverso deve crescer cerca de 44% nos próximos sete anos, segundo a MarTech Series.
Mas, afinal, por que tanto barulho? O que torna o metaverso tão atraente para as marcas, e por que tantas delas acham que vale a pena fazer apostas tão grandes?
A primeira e mais óbvia razão é que o metaverso combina o melhor dos mundos físico e digital para impactar a maneira como as pessoas trabalham, jogam, aprendem, socializam, fazem compras e se comunicam umas com as outras.
Além disso, aqui estão vários outros motivos que apontam a união de metaverso e marketing digital como definidora das relações entre pessoas e marcas nas próximas décadas, segundo a AdWeek.
Os consumidores de hoje estão cansados da exibição estática e dos anúncios em vídeo que permeiam a web e as mídias sociais. Eles anseiam por experiências ricas, interativas e envolventes. Não estão contentes em apenas sentar e receber o marketing. Eles preferem desempenhar um papel na definição de uma marca, ter voz ativa e dizer o que essa relação significa para eles.
O metaverso é construído sobre essas experiências. Por sua própria natureza, você não necessariamente assiste ou visualiza o metaverso, mas participa dele. A sua presença nele ajuda a mudá-lo de maneiras grandes e pequenas. O metaverso substitui o mundo plano e bidimensional da web por uma experiência 3D (ou, em alguns casos, até 4D) – que é muito mais parecida com a vida real, só que sem nenhuma das regras incômodas da física quântica.
E as empresas estão migrando para o metaverso porque os tipos de experiências que as marcas podem criar lá são praticamente ilimitados.
Canais que causaram a mudança de paradigma anterior, como a pesquisa e as redes sociais, geralmente atendiam a apenas uma parte da jornada de compra dos clientes.
Por exemplo, a pesquisa é ótima para identificar clientes em potencial do meio e fundo do funil, que já estão nos estágios de intenção e avaliação, mas muito pobres em ajudar a aumentar a conscientização e formar percepções no topo do funil.
Por outro lado, as redes sociais sempre foram muito boas no topo do funil, pelo menos até que o “comércio social” (social commerce) se tornasse uma tendência recente.
No entanto, o metaverso apresenta oportunidades para impactar toda a jornada do cliente de uma maneira simplificada e holística. Por meio dele, as marcas podem alcançar novos públicos de maneiras novas e inventivas, ao mesmo tempo que permite que as pessoas se aprofundem, aprendam mais e, por fim, façam compras – tudo em uma experiência única e coesa.
Os profissionais de marketing têm se esforçado para envolver os consumidores na cocriação de UGC (User Generated Content – conteúdo gerado pelo usuário) praticamente desde que o termo existe. É o sonho de um profissional de marketing ter consumidores criando, publicando e compartilhando conteúdo com sua marca, mas o desafio sempre foi como encorajar a cocriação de uma forma que pareça autêntica e significativa.
O metaverso permite que marcas e consumidores cocriem conteúdo de maneiras que nunca foram possíveis antes – e que ainda nem foram descobertas. Conforme o metaverso é construído, a cocriação de ambientes virtuais, avatares e experiências definirá uma nova era de UGC.
Nos últimos dois anos, houve um movimento para trazer mais inclusão e diversidade ao marketing. Uma pesquisa da Meta descobriu que 71% dos consumidores esperam que as marcas promovam a diversidade e a inclusão em sua publicidade online, mas o mesmo relatório diz que a maioria (54%) dos consumidores não se sente totalmente representada nos anúncios online.
No metaverso, são as pessoas que criam as próprias experiências e são o centro de seus próprios mundos digitais. O metaverso permite que os profissionais de marketing injetem suas marcas nessa experiência de forma que cada usuário seja a estrela do show.
Em vez de ver atores, modelos ou artistas famosos apontando os estilos mais recentes, no metaverso uma marca de moda, por exemplo, pode permitir que cada um de nós experimente seus looks. Se gostarmos, podemos enviar para nossos amigos, os quais provavelmente estarão mais propensos a se envolver com o conteúdo do que se ele fosse apresentado por uma celebridade que eles não conhecem pessoalmente.
Se as pessoas não se sentem representadas na publicidade, qual a melhor maneira de incluí-las do que fazê-lo diretamente, destacando-as na própria experiência da marca?
Vemos isso hoje por meio de muitas das experiências de RA encontradas nas redes sociais.
Como acontece com qualquer canal de marketing emergente, as marcas que chegarem primeiro ocuparão a melhor posição para capitalizar quando o canal atingir a maturidade. Embora muitos profissionais de marketing já tenham tomado medidas significativas para começar a testar as águas do metaverso, não é tarde demais para outras marcas entrarem no jogo.
O artigo da AdWeek chama a atenção para o fato de que novos paradigmas como esse só aparecem de vez em quando, e a janela para obter a vantagem do pioneiro dura pouco.
Ainda há muita indefinição sobre o assunto. Ao anunciar a Meta, Mark Zuckerberg (um dos fundadores e figura pública do Facebook) disse que o prazo para o amadurecimento das tecnologias necessárias para fazer o metaverso funcionar pode levar de 5 a 10 anos.
Isso não quer dizer que as empresas devam esperar esse tempo. Muito pelo contrário. Os vencedores desse jogo serão aqueles que explorarão ao máximo os potenciais já existentes e cravarão seus nomes na memória dos usuários do metaverso.
Hoje, tudo isso pode parecer muito distante do seu negócio. Só não esqueça que já foi assim com praticamente todas as tecnologias relacionadas ao marketing quando elas surgiram.
💡Nossa dica de ouro é: fique de olho no desenrolar dos acontecimentos. Veja onde é possível encaixar o seu negócio. Só não deixe para entrar no jogo quando ele já tiver definido os seus vencedores.