Em um cenário para lá de concorrido, composto por constantes mudanças comportamentais dos públicos e enxurradas de empresas esgotando fórmulas e gerando conteúdos similares – cada vez menos efetivos -, o live streaming (transmissão on-line ao vivo) vem despontando como a grande aposta de especialistas de marketing como o formato de vídeo com maior capacidade de engajamento em 2018.
Dentre esses especialistas está Neil Patel, autor, empresário e expoente do marketing digital. Para ele, o live streaming “é uma das maneiras mais verdadeiras de se conectar com um público e permitir níveis de personalização que a indústria do marketing nunca viu antes”.
Segundo Patel, “live streaming é a nova onda da comunicação digital, promoção e consumo de conteúdo”.
Ou seja: se você ainda acha que live streaming é coisa só para video games, é melhor se reciclar.
Com as assinaturas da TV convencional em declínio, é perfeitamente compreensível que o live streaming passe a ser a principal maneira de consumir conteúdo. Este parece ser o próximo “passo evolutivo”, para além do vídeo estático, o qual já consumimos em grande quantidade diariamente.
O crescimento do consumo de vídeos ao vivo vem dando sinais há pelo menos dois anos. Segundo pesquisa da Research and Markets, em 2016, 81% dos usuários de internet visualizaram mais conteúdo de live streaming que em 2015.
Em 2016, o live streaming já era um negócio de mais de US$ 30 bilhões, e estava apenas começando. O mesmo estudo previu mais do que o dobro do crescimento até 2021, tornando-se uma indústria de mais de US$ 70 bilhões – e o crescimento não apresenta sinais de desaceleração.
O estudo do Yahoo intitulado Tune in for the live video opportunity (Sintonize-se com a oportunidade do vídeo ao vivo) chegou à seguinte conclusão:
Os espectadores de vídeos on-line ao vivo são mais propensos a sentir emoção, imediatismo e conexão.
Eis aqui a grande vantagem do live streaming em cima dos vídeos estáticos: a personalização do contato entre o gerador do conteúdo e o seu público, com interação em tempo real.
Segundo Patel, as transmissões on-line ao vivo ajudam as pessoas a se manterem informadas sobre notícias e eventos, além de estarem conectadas ativamente às empresas e a ficarem entusiasmadas com seus novos conteúdos.
>>> Conheça as tendências tecnológicas para o streaming de vídeo e a experiência do usuário
Conteúdos de vídeo ao vivo geram mais comentários, compartilhamentos, engajamento e visualizações que o vídeo convencional. Para os negócios, o potencial para alcançar milhares (ou mais) de novos clientes com o clique de um botão já é uma realidade.
De olho nessa evolução, muitas plataformas de redes sociais começaram a integrar o live streaming às suas funcionalidades, tornando ainda mais fácil o alcance de grandes contingentes de potenciais clientes.
Neil Patel aconselha: “Se você quiser começar a tirar vantagem desses grupos de usuários incríveis e ativos, que estão constantemente assistindo a conteúdos ao vivo, precisa começar a fazer live streaming”.
As transmissões ao vivo ocasionam pontos de contato por parte do público em diversas outras frentes, como buscadores e redes sociais. Uma vez interessados pelo conteúdo da transmissão, o público tende a querer saber mais sobre a marca / produto / serviço, e naturalmente parte para outras fontes de informação e interação.
Se o seu negócio está amparado por uma forte presença digital, essa é a hora de capitalizar em cima do interesse gerado pelo live streaming.
A partir desse momento, dependendo do grau de engajamento alcançado, uma parcela da audiência pode passar a exercer o papel de evangelizadora do seu negócio, recomendando seus conteúdos aos amigos através de compartilhamentos nas redes sociais e e-mails.
>>> Conheça as 3 tendências que vão decolar no video marketing em 2018
De acordo com Patel, é possível fazer quase tudo com vídeos ao vivo, desde webinars, vídeos de bastidores e muito mais.
Essa agilidade, ocasionada pelo fato da ação estar acontecendo em tempo real, permite que você fale diretamente para seus telespectadores e abra espaço para que eles tirem dúvidas sobre assuntos que os interessam ou que os preocupam.
Por exemplo, faça uma sessão de perguntas e respostas sobre seu negócio. Abras as portas e convide o público a entrar e ficar à vontade.
É justamente essa personalização do contato – feito olho no olho, com perguntas e respostas encadeadas, como em uma comunicação presencial – o motivo do crescente consumo das transmissões ao vivo.
O estudo da eMarketer intitulado Global Digital Video Viewers: eMarketer’s Estimates and Forecast for 2016–2021, with YouTube and Mobile Video Numbers (Visualizadores Globais de Vídeo Digital: Estimativas e Previsão do eMarketer para 2016-2021, com o YouTube e os Números de Vídeo Móvel) aponta que a visualização de vídeo é uma atividade digital central entre usuários de internet em todo o mundo, e 65,1% deles o farão regularmente neste ano.
De acordo com o estudo, em 2018, cerca de 2,38 bilhões de pessoas assistirão a streaming ou farão download de conteúdo de vídeo digital através de qualquer dispositivo, pelo menos uma vez por mês.
Os telefones celulares são um canal chave para o consumo: 78,4% dos espectadores de vídeo digital em todo o mundo os usarão regularmente para assistir aos conteúdos.