A acessibilidade em vídeo traz a inclusão de pessoas portadoras de deficiências para o consumo da mídia mais popular e eficiente entre todas os formatos de comunicação. Neste artigo, produzido a partir de materiais da Brightcove e da Dumela Filmes, vamos mostrar com a acessibilidade se manifesta nos conteúdos audiovisuais.
De acordo com o artigo da Brightcove, para os produtores de conteúdos da atualidade, a acessibilidade de vídeo tornou-se muito mais do que um item de seus checklists de regulamentações e adequações às leis.
Com diversos públicos de diferentes habilidades, idiomas e ambientes de visualização, a entrega de vídeos acessíveis é um indicador claro de respeito e compromisso com seus espectadores. Isso demonstra que você se dedica a defender a inclusão, acolher falantes não nativos e fornecer a melhor experiência do usuário (User Experience – UX) possível.
💡 Assim, os produtores de conteúdo perceberam que essas experiências inclusivas são o núcleo da construção de um forte senso de lealdade e valorização entre espectadores, clientes e o público em geral. Quando os espectadores se sentem valorizados e incluídos, é mais provável que se tornem fãs dedicados, se envolvam com o conteúdo e o compartilhem com outras pessoas.
Segundo um artigo do Semantic Studios, são sete as qualidades principais de um conteúdo inclusivo:
🛠️ Útil
⚙️ Utilizável
😍 Desejável
🔎 Encontrável
🫳 Acessível
✅ Confiável
💎 Valoroso
Apesar dessa lista ser referente ao contexto de sites, ela é usada em uma variedade de experiências de usuário.
Vejamos quatro maneiras sugeridas pela Brightcove para você começar hoje mesmo a melhorar a acessibilidade de seus vídeos.
Um recurso importante que melhora a acessibilidade para deficientes auditivos, as legendas fornecem uma transcrição do conteúdo de áudio na tela. Além disso, elas aumentam o engajamento ao permitir que os espectadores em ambientes barulhentos – ou aqueles que assistem com o som desligado – consumam o vídeo.
Dependendo do seu caso de uso, você pode considerar dois tipos diferentes de legenda ao vivo: automática e profissional.
🖹 Legendagem automática ao vivo: essa pode ser uma abordagem prática para fornecer acessibilidade básica quando as legendas profissionais não são viáveis. Por exemplo, videoconferências internas ou apresentações informais e webinars não exigem necessariamente legendagem humana. A legenda automática ao vivo também pode ser benéfica para transmissões ao vivo de mídia social para tornar o conteúdo acessível a um público mais amplo e diversificado.
🖹 Legendagem profissional ao vivo: essa é a abordagem ideal para transmissões de eventos ao vivo importantes e de alto nível, onde a qualidade e a assertividade são prioridades. Exemplos: vídeos acadêmicos em que a precisão é crucial para garantir que alunos com deficiência auditiva e falantes não nativos possam acessar e compreender o conteúdo. Da mesma forma, a legendagem profissional ao vivo pode garantir que todos os espectadores de grandes eventos e conferências ou apresentações para investidores e clientes tenham uma experiência de alta qualidade.
Esse recurso de acessibilidade é importante para alcançar um público global de falantes não nativos. Isso não apenas promove a inclusão como também expande o público potencial para espectadores de várias origens.
Para públicos com deficiência visual, as audiodescrições são uma ferramenta valiosa para tornar o conteúdo de vídeo acessível. Ao fornecer representações verbais dos principais elementos visuais, qualquer espectador pode entender o contexto e acompanhar a narrativa de forma eficaz. Isso mostra não apenas o compromisso do criador com a inclusão, mas também aprimora a experiência geral do usuário para aqueles que contam com formas alternativas de consumir mídia visual.
De acordo com a Brightcove, em um cenário digital com tantas opções de conteúdo, fidelizar é um investimento. E se uma coisa está clara no ecossistema do produtor de conteúdo é que o público investirá nas marcas quando as marcas investirem nelas. Ou seja, é mais provável que as pessoas se envolvam com sua marca, compartilhem seus vídeos e se tornem fãs ou clientes fiéis.
Ao priorizar os recursos de acessibilidade, como legendas, descrições de áudio e legendas em vários idiomas, os produtores de conteúdo garantem que seus materiais atendam a uma ampla variedade de espectadores. E oferecer a eles as ferramentas e os recursos de que precisam para experimentar seus vídeos por completo talvez seja uma das demonstrações mais eficazes de seu investimento neles.
💡 Em resumo, conforme explica a Dumela Filmes, a empresa que valoriza a inclusão passa a ser percebida de uma forma positiva não apenas pelas pessoas que precisam desse recurso, mas por toda a sociedade, que percebe o seus esforços para que todos os indivíduos possam desfrutar dos seus conteúdos.
O artigo da Dumela Filmes traz dados sobre o número de brasileiros portadores de deficiências visuais e auditivas. Segundo o censo do IBGE de 2010*, 6,5 milhões de pessoas apresentavam algum tipo de deficiência visual. Em relação à deficiência auditiva, pesquisas apontam que mais de 10 milhões de brasileiros possuem alguma limitação.
*Houve recentemente o censo de 2023, mas seus dados ainda não foram compilados.
Não necessariamente relacionados com o número de portadores de deficiências (mas certamente influenciados por ele), dados do Instagram apontam que 90% dos vídeos são assistidos sem som na plataforma – o que demonstra o poder inclusivo da legendagem.
💡 O artigo alerta que a grande maioria dessas pessoas é ativa na sociedade, inclusive economicamente, e por isso não podem ser deixadas de lado em uma estratégia de comunicação.
A Lei Brasileira de Inclusão tornou obrigatória a acessibilidade nos sites, mas, de acordo com a Dumela, em 2021, apenas 1% das páginas ofereciam esses recursos para pessoas com deficiência visual e auditiva.
As plataformas de streaming e as redes sociais perceberam seu papel no trabalho de inclusão e investiram em ferramentas que facilitam a navegação e a experiência do público, e por isso estão mais avançadas nesse processo. Veja o levantamento feito pela Dumela:
No serviço de streaming, é possível habilitar e desabilitar o CC (Closed Caption = legendas) e a audiodescrição facilmente em diversos conteúdos, mas o recurso de Libras, de modo geral, não está disponível nos principais serviços. Há também várias opções de tamanhos e bordas de fontes para facilitar a leitura.
Instagram, Twitter, LinkedIn e Facebook, entre outras redes sociais, oferecem o serviço de texto alternativo, no qual, logo abaixo da postagem, vem a descrição escrita da imagem postada. Para acrescentar esse conteúdo, o usuário precisa apenas as configurações da foto, selecionar a opção para escrever o texto alternativo, fazer a sua descrição, salvar e postar a imagem.
No YouTube, o usuário pode inserir legendas nos vídeos, mas também existe a possibilidade de acompanhar as legendas automáticas da plataforma, que são criadas por meio de reconhecimento de voz (mas quem já fez uso do mecanismo sabe que há muito para ser melhorado).
O YouTube permite inserir audiodescrição e Libras, mas não existe a opção de habilitar ou desabilitar os recursos, uma vez que eles são carregados em arquivos diferentes. O mesmo padrão se repete no Facebook.
Adotar a acessibilidade em vídeo é o tipo de decisão que traz benefícios para absolutamente todas as partes envolvidas:
▶️ Portadores de deficiências auditivas/visuais e falantes de outras línguas se habilitam a consumir o conteúdo, o que automaticamente resulta em uma expansão do público atingido.
▶️ Este novo público passa a valorizar a iniciativa da marca/empresa que adotou a acessibilidade, tornando-se uma audiência fiel e, inclusive, com grandes chances de consumir os produtos/serviços oferecidos.
▶️ Conteúdos como os vídeos acessíveis ganham pontos perante a opinião pública. Resultado: a inserção no rol de marcas/empresas respeitadas por estimularem a inclusão.
Enfim, a acessibilidade em vídeo não tem contraindicação. Muito pelo contrário. Então comece a produzir seus vídeos pensando em incluir públicos que, mesmo com os avanços na área, continuam sem receber a devida atenção. Adotar a acessibilidade não é tão difícil e nem custa tanto, ao mesmo tempo em que os resultados positivos são surpreendentes.