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O futuro do trabalho pós-pandemia: pesquisa aponta tendências e expectativas

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“À medida que as taxas de vacinação aumentam e as mortes por COVID-19 diminuem, os consumidores globais estão começando a considerar como será a vida depois que a maioria das pessoas tiver sido vacinada.” 

Este trecho foi extraído do estudo An injection of hope – Life after the COVID-19 vaccine, a nova pesquisa da IBM que apresenta insights sobre o futuro do trabalho e a forma como as vacinas contra a COVID-19 mudarão a maneira como os consumidores viajam, socializam e fazem compras.

Para entender melhor o atual nível de credibilidade das vacinas, assim como as perspectivas das pessoas sobre o que planejam fazer quando forem vacinadas, o IBM Institute for Business Value (IBV) entrevistou em fevereiro de 2021 mais de 15 mil adultos espalhados por 9 países (Brasil incluso), dando origem ao estudo que foi lançado no final de março deste ano.

A pesquisa buscou responder algumas questões centrais:

Leia a seguir os principais pontos do estudo.

As vacinas e a promessa do fim do isolamento

Depois de mais de um ano de quarentena e distanciamento social, a imunização proporcionada pelas vacinas começa a trazer de volta ao cenário possibilidades como férias em família, shows presenciais, jantares com amigos e outros rituais sociais cuja ausência cobrou uma conta bastante alta do bem-estar emocional das pessoas.

Enfim, a capacidade de planejar o retorno à socialização está sendo devolvida aos poucos.

Infelizmente, a realidade brasileira é muito distante dos países que estão levando a sério a condução da pandemia. Os Estados Unidos, que anteriormente ao Brasil foram o epicentro do coronavírus, estavam vacinando uma média de 3 milhões de pessoas por dia no início de abril.

Já no Reino Unido há uma previsão de que todos os adultos poderão ser vacinados com a primeira das duas doses necessárias até o final de junho deste ano.

Por isso, é preciso contextualizar os dados mostrados na pesquisa. Hoje, o Brasil vive o ápice da pandemia, enquanto outros países começam a retomar atividades presenciais e a reabrir estabelecimentos. 

De qualquer forma, mesmo aqui, em algum momento a infecção por COVID-19 atingirá um platô. A população estará imunizada o suficiente para que o isolamento social seja desnecessário e assim poderemos viver o novo normal com mais liberdade e menos medo. 🤞

Confiança na eficácia das vacinas

De acordo com a pesquisa, 68% dos entrevistados estão confiantes na segurança, eficácia e distribuição das vacinas

Mesmo com a disseminação de novas variantes do vírus, mais da metade dos entrevistados disse acreditar que a vacina os manterá protegidos.

Globalmente, dois terços das pessoas não vacinadas afirmam que planejam receber a dose assim que estiver disponível. A maior proporção de pessoas que pretendem ser vacinadas está no Brasil e no México – dois países que foram duramente atingidos pela pandemia.

⚠ De qualquer forma, chama a atenção o fato de que 1 em cada 3 pessoas entrevistadas não está confiante nas vacinas elaboradas em tempo recorde. O nível de desconfiança está diretamente ligado aos diferentes sistemas de saúde e planos de distribuição das vacinas. A confiança na segurança, eficiência e distribuição geral é muito alta na China, Índia e Reino Unido, e abaixo da média nos Estados Unidos, por exemplo.

A imunização em nível mundial ainda está muito longe

⚠ Na escala global, as taxas de vacinação ainda são muito baixas: 17% dos entrevistados globais relataram ter sido parcial ou totalmente vacinados, enquanto 83% não receberam nenhuma dose.

De acordo com o estudo, não está claro quando as vacinas estarão disponíveis para todos que quiserem tomá-las. Quase 4 em cada 5 entrevistados que desejam ser vacinados esperam receber as doses ainda neste ano, mas, devido ao ritmo lento da distribuição global, isso parece improvável. Em janeiro deste ano, a Economist Intelligence Unit (EIU) projetou que os programas de imunização para a maioria da população mundial continuarão até meados de 2022.

⚠ A pesquisa alerta que a vacinação lenta ou desigual coloca em risco as aspirações de imunidade de rebanho de curto prazo, uma vez que, até que um número suficiente de pessoas em todo o mundo sejam vacinadas, existirá o risco de surgir variantes imunes às vacinas. 

A porção da população que deve ser vacinada contra a COVID-19 para começar a induzir a imunidade coletiva é desconhecida. No entanto, muitos epidemiologistas sugeriram 60 a 70% como um intervalo razoável – apesar de que o Dr. Anthony Fauci, epidemiologista líder nos Estados Unidos, ter indicado que esse número pode chegar a 85%.

Em relação à imunização em massa, a maioria dos entrevistados disse que os níveis de vacinação precisarão ultrapassar 70% para que se sintam confortáveis para voltar à vida como antes da pandemia. 

Assim, presumindo a partir das taxas de vacinação atuais, pode-se dizer que muitas pessoas não irão recuperar os níveis de conforto pré-pandêmico antes de 2022.

Os novos comportamentos dos consumidores

Em meio a tantas incertezas, os consumidores estão repensando a maneira como desejam trabalhar, socializar, viajar e fazer compras, entre outras atividades. 

Mais fatores estão sendo considerados antes de tomarem suas decisões, sendo que alguns entrevistados optaram por evitar totalmente as atividades não essenciais ou eliminar as interações presenciais o máximo possível.

De acordo com o estudo, durante a pandemia, as empresas estão lutando em batalhas cada vez mais acirradas. Algumas delas se beneficiarão com essas mudanças nas prioridades, enquanto outras terão que encontrar novas maneiras de competir no mercado.

O futuro do trabalho e a interação social

O estudo An injection of hope – Life after the COVID-19 vaccine indica que a rotina diária que foi interrompida em 2020 não voltará ao que era antes, mas será reorganizada. 

Trens lotados e shows em ambientes fechados não serão mais aceitos como itens normais da vida cotidiana, uma vez que muitas pessoas estão assumindo novos padrões para interação pública e espaço pessoal:

Do outro lado do espectro, 27% dos entrevistados da Geração Z (pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010) querem passar mais tempo com pessoas fora de suas casas assim que receberem a injeção. 

Já para a Geração X (nascidos entre meados da década de 1960 e o início da década de 1980), o percentual dos dispostos ao aumento da interação cai para 19% e, entre aqueles com mais de 55 anos, para 16%.

27% da Geração Z disseram que aumentarão a interação externa, em comparação com 19% da Geração X e apenas 16% daqueles com mais de 55 anos. Por sua vez, a Geração X e aqueles com mais de 55 anos estão mais interessados em retornar aos velhos hábitos.

O que pensam os colaboradores sobre o futuro do trabalho

Pouco mais da metade das pessoas em ambas as faixas etárias deseja passar o mesmo tempo socializando com outras pessoas que antes da pandemia.

Com relação ao trabalho, as pessoas estão menos abertas a mudanças. No geral, 62% dos colaboradores querem manter seu esquema de trabalho atual, mesmo depois de serem imunizados. No entanto, isso varia de acordo com seu esquema de trabalho atual:

O que pensam os consumidores

A pesquisa mostra que as pessoas estão prontas para aumentar suas visitas a uma variedade de locais, de restaurantes e bares a salões de beleza e barbearias, conforme a vacinação avança.

De acordo com uma pesquisa de março de 2021 com mais de 14 mil consumidores dos mesmos 9 países, os locais que podem esperar o maior aumento na frequência de visitações incluem: 

Mas esse entusiasmo não é compartilhado entre as gerações. Veja a seguir o percentual de entrevistados interessados em visitar esses locais depois de vacinados:

Detalhe importante sobre a Geração Z

A ligação sem precedentes entre os integrantes da Geração Z com seus smartphones já era evidente mesmo antes da pandemia. Um estudo de 2019 descobriu que seus integrantes passaram 55% mais tempo em aplicativos (que não são de jogos) do que qualquer outra geração.

Acontece que, segundo o estudo, a pandemia pode ter acelerado uma mudança cultural importante: a tendência de ficar em casa, uma constante entre os Millennials e a Geração Z.

👉 Isso significa que os locais devem ser criativos e inovadores para atrair a atenção desses públicos. E com a comunicação virtual substituindo amplamente a interação pessoal por mais um ano de suas jovens vidas, a Geração Z pode ter cimentado uma preferência por experiências digitais que durarão mais que a COVID-19.

O retorno das compras nas lojas físicas

As empresas do varejo foram duramente atingidas pela pandemia, devido ao fechamento de lojas e à limitação de capacidade das que permaneceram abertas. 

Segundo a pesquisa, parece que o cenário está mudando: 73% dos entrevistados que costumavam visitar shoppings e centros comerciais antes da pandemia disseram que poderiam retornar a essas lojas depois de vacinados, mesmo que não abandonem as opções de compras online por completo.

O estudo aponta que as maiores mudanças nas compras presenciais acontecerão nos seguintes segmentos:

Em ambas as categorias, esses aumentos ocorrem com destaque entre os Millennials, a Geração X e aqueles com mais de 55 anos, uma vez que a Geração Z estava comprando esses produtos online com mais frequência ainda antes da pandemia.

👉 Em todas as categorias, incluindo móveis, cuidados pessoais e produtos domésticos – com destaque para alimentos e bebidas -, as pessoas indicam que, depois de vacinadas, irão preferir ir presencialmente aos estabelecimentos do que seguir comprando online e retirando os produtos nas lojas. Isso, desde que se sintam seguras, é claro.

As promoções são o motivo mais convincente para os consumidores comprarem em uma loja física, especialmente para a Geração X (54%) e aqueles com mais de 55 anos (52%).

Por outro lado, pelo menos 1 em cada 5 consumidores planeja continuar priorizando as compras online. A conveniência é o principal motivo, seguido pelo valor e pela ampla variedade de produtos disponíveis online.

👉 Isso significa que a segurança e a experiência do cliente devem ser prioridade para marcas e varejistas – e, mais importante ainda, projetar experiências de compra sem atrito.

O estudo ressalta que, durante a pandemia, consumidores de todas as idades aprenderam a usar uma variedade de ferramentas de compras digitais, que muitos vão querer continuar usando-as. 

👉 No geral, a convergência de pontos de contato digitais com localizações físicas será a chave para a competitividade no futuro.

O retorno das viagens

A pesquisa descobriu que cerca de 1,5x mais pessoas vacinadas pretendem fazer uma viagem curta nos próximos 6 meses. Entrevistados de 25 a 39 anos de idade têm 62% mais probabilidade de viajar nos primeiros 6 meses após a vacinação do que pessoas com mais de 55 anos.

⚠ No entanto, aproximadamente 1 em cada 4 entrevistados diz que não planeja viajar em 2021, mesmo depois de receber a vacina.

👉 A imunização também dará um impulso nas viagens profissionais, aumentando o número de pessoas que se sentem confortáveis em viajar a negócios 2 a 4 vezes mais na maioria dos países. A vacinação terá o maior impacto no nível de conforto das pessoas no Brasil, México e Alemanha. 

Conclusão

O estudo conclui que as empresas estão diante da necessidade de proporcionar experiências mais personalizadas para os clientes . Com tanta incerteza no cenário, abordagens que tratam todo mundo de forma igual provavelmente não serão suficientes.

Segundo a pesquisa, as organizações precisam criar mensagens e soluções mais personalizadas e específicas para cada segmento, uma vez que os consumidores desejam coisas diferentes e em contextos diferentes. 

👉 Há uma nova necessidade social em cena: as pessoas estão procurando se certificar de que as reuniões em grandes grupos não levarão a uma onda de novos contágios.

O relatório se encerra estabelecendo o ponto central da questão:

Independentemente de como os modelos de negócios vão mudar nos próximos meses, não haverá volta ao que era normal. As sociedades estão avançando com diferentes regras, preferências pessoais e normas sociais – e quanto mais cedo as empresas começarem a se adaptar, melhor será para a sobrevivência dos negócios.

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E você? Como o seu negócio vem encarando essas transformações?

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