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Suporte HEVC no Chrome: a importância da adoção do Google

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O suporte HEVC no Chrome permite transmitir a mesma qualidade com menor largura de banda, além de melhorar a experiência do usuário. Isso é fundamental se quisermos transmissões 4K/Ultra HD (incluindo satélite), Blu-rays 4K, entre outras. Entenda como.

Silenciosamente, sem nenhum anúncio ou atualização nas páginas de suporte, o Google corrigiu um bug no Chrome com uma implicação significativa para a indústria de streaming de vídeo: o suporte HEVC/H.265 no Chrome  foi finalmente ativado.

A equipe técnica da Bitmovin – que é quem publicou a notícia que embasou este texto – enviou um relatório cerca de 6 anos atrás sobre um bug no browser do Google. Após uma longa espera, veio a a resposta, e agora o HEVC é oficialmente compatível com o Chrome 104.

Além disso, o pessoal da Bitmovin também descobriu que o HEVC está ativado por padrão no Chrome 105 para todas as plataformas e pronto para ser usado.

Antes de nos aprofundarmos na novidade, vamos explicar como ele funciona.

O que é o HEVC?

HEVC vem de High Efficiency Video Coding. Também conhecido como H.265 e MPEG-H Part 2, é um padrão de compactação de vídeo projetado como parte do projeto MPEG-H e feito para ser o sucessor do amplamente utilizado Advanced Video Coding (AVC, H.264 ou MPEG-4 Part 10 ).

Segundo a Wikipedia, em comparação com o AVC, o HEVC oferece uma compressão de dados de 25% a 50% melhor no mesmo nível de qualidade de vídeo, a qual é substancialmente melhorada mesmo operando na mesma taxa de bits.

O HEVC suporta resoluções de até 8192 × 4320, incluindo 8K UHD e, ao contrário do AVC principalmente de 8 bits, o perfil Main 10 de alta fidelidade do HEVC foi incorporado a quase todos os hardwares de suporte.

Em resumo, a ideia do HEVC é oferecer o mesmo nível de qualidade de imagem que o AVC, mas com melhor compactação, de modo a lidar com menos dados. Isso é fundamental se quisermos transmissões 4K/Ultra HD (incluindo satélite), Blu-rays 4K e muito mais.

Por que o suporte HEVC no Chrome é importante?

Conforme explicamos, a codificação de vídeo de alta eficiência (HEVC) oferece melhor compactação para arquivos do que o onipresente AVC/H.264, o que significa que você poderá transmitir a mesma qualidade com menor largura de banda e grande economia nos custos de CDN (Content Delivery Network – rede de distribuição de conteúdo), com o bônus adicional de melhorar a experiência do usuário.

Embora o HEVC seja comumente usado para fornecer conteúdo a Smart TVs, decodificadores e dispositivos como Roku e Fire TV, seu uso em navegadores móveis e de desktop foi limitado apenas ao Safari por um longo tempo (depois que a Microsoft mudou o navegador Edge para ser baseado no Chromium).

Com a participação de mercado do Safari ainda abaixo de 19% em nível global, a grande maioria dos usuários não teve escolha a não ser usar outro codec. No entanto, com esta última mudança do Google, a participação de mercado do Chrome de mais de 65% pode ser “teoricamente” adicionada aos navegadores compatíveis com HEVC, tornando-o disponível para 84% dos usuários de navegadores.

A matéria da Bitmovin usa o termo “teoricamente” porque há uma ressalva: o HEVC só é suportado se o dispositivo subjacente tiver um decodificador de hardware HEVC.

Os dispositivos modernos já deveriam ter isso como padrão, mas dados globais confiáveis sobre esse ponto são escassos.

Se você está curioso para ver se seu dispositivo pode reproduzir streams DASH e HLS codificados em HEVC, use esta página de teste com uma URL DASH e HLS codificado em HEVC, ou use esta URL de exemplo.

Por que o suporte HEVC no Chrome está gerando tanto alarde?

Embora isso soe como um recurso que o Google deveria estar se gabando em seus canais de comunicação, eles realmente não atualizaram sua documentação. Na verdade, a página de suporte de contêiner e codec de áudio/vídeo do Chromium não havia sido atualizada no momento da redação do artigo da Bitmovin, e o popular caniuse.com ainda lista o HEVC como não suportado.

O Android já suportava HEVC, mas o Chrome no Android suportava apenas HEVC com arquivos progressivos, não por meio da API Media Source Extension (MSE), que é usada para streaming adaptável como DASH ou HLS.

Após pouco movimento do Google por anos, o bug finalmente foi detectado no início deste ano e corrigido. Portanto, apesar do escopo original ser apenas Android, foi uma surpresa muito positiva ver o suporte HEVC ativado e implementado em todas as plataformas Chrome.

Sem dúvida, isso vai acelerar a sua adoção. Demorou, mas chegou.